sexta-feira, 16 de julho de 2010

Até quando esperar?


Nova aba, youtube.com. Ouvindo algumas músicas relacionadas até que aparece uma antiga: Gabriel, O Pensador - Até Quando. Já ouvi essa música milhares de vezes. É boa, eu gosto, tem uma mensagem bacana. Vou um pouco pra baixo e vejo em um comentário algo como "..e brasileiro burro continua votando em lula e em deputado ladrão". Pela primeira vez eu entendo realmente o que a música significa.

Pra muita gente o voto é a única maneira de mudar a política do país. Assim como xingar e ouvir música antiga é a única saída para não ouvir música ruim e atual. Assim como subir na vida significa ganhar um aumento de salário, e por ai vai.

Cansei de ver gente pregando a idéia de "voto consciente", por exemplo. É fácil. Basta pesquisar a vida política dos candidatos, avaliar os prós e contras do partido e pronto. É só escolher o melhor.

Mas e quando o melhor não é o suficiente?

O grande problema nisso tudo é esperar. Esperar que as eleições mudem a política. Esperar que o patrão aumente o salário. Esperar que Deus faça algum milagre.

Milagres acontecem todos os dias. As pessoas geralmente não vêem por estarem ocupadas demais pedindo e esperando que aconteça.

Quer um governo melhor? Não espere dos outros. Seja você um governante melhor. Por quê não? Não estou dizendo que todos os insatisfeitos com a política devam se tornar políticos melhores. É a atitude que importa. Se o sistema é burocrático demais, precisamos de propostas melhores. Se ninguém é ouvido, precisamos de canais melhores. É o espírito da iniciativa que conta.

Você quer música melhor? Faça música melhor. Não dá? Incentive quem consegue então. Divulgue uma banda de garagem que toque bem. Mostre o que é música de verdade pra quem não conhece. Não é tão difícil.

O cara diz "Até quando você vai levando porrada? Até quando vai ficar sem fazer nada?" e a única solução que você encontra é reclamar? Não. Nós podemos mais. Muito mais. A porrada não é do governo, não é da polícia. Quem soca o próprio rosto diariamente é quem espera a mudança através de um voto genérico.

A mudança sempre vem de dentro. Se a vida tá horrível, se tudo tá errado, só quem pode fazer alguma coisa a respeito é você. Deus dá as cartas. Nós precisamos jogar. Rezar por cartas melhores não vai adiantar.


Play the cards, show us what you got
What you're holding
If the cards are cold
Don't go folding
Lady Luck is gold
She favours the bold
(
Jogue as cartas, nos mostre o que você tem
O que você está segurando
Se as cartas são frias, não enrole
A dona sorte é dourada
ela favorece os ousados)

Rush - Roll the Bones

Por fim, a terceira e última referência musical. Eu não conheço como gostaria de conhecer a Plebe Rude. Mas, novamente, é o espírito que conta. Tem vídeos melhores dessa música, mas esse foi escolhido pelas palavras que o vocalista Philippe Seabra diz logo depois dos 3 minutos. Algo mais ou menos assim:

"..Então em vez de ficar passivo, sem fazer porra nenhuma, a gente fazia nossa própria cultura. Não tem roupa, a gente faz! Não tem festa, estaciona o carro em alguma quebrada, liga a luz e aumenta o som. Não tem música, então faz sua própria banda, cara! Para de ficar esperando de braço cruzado! Esse é o problema desse país. Não existe Sassá Mutema, não tem salvador da pátria. Acorda, porra!"

Até quando esperar a plebe ajoelhar, esperando a ajuda do divino Deus?





Nenhum comentário: