sábado, 25 de abril de 2009

Depende [001]

Primeiro, lembre-se, você está apenas lendo um blog.
Agora, apenas leia, atentamente, e siga o que se pede.

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Questão 01 - Complete a idéia da frase a seguir:

"A opinião é algo que varia de pessoa pra pessoa, e cada um vê uma mesma coisa de várias maneiras diferentes. E isso é engraçado, porque, muitas vezes, todas as opiniões são válidas. Tá, talvez não seja engraçado, mas é estranho.
É estranho pensar que podemos ver uma mesma coisa de maneiras distintas. Tão estranho quanto ficar morgando em casa numa noite de sábado. Só que, sei lá. Pô, ..."


Assinale a continuação que lhe parecer correta:

a) ... ficar em casa é muito bom.
Você não tem que fazer social com ninguém. Não tem que enfrentar situações e pessoas estranhas. Vive um ritmo ditado por si mesmo, sem encheções de saco.
Pode-se parar pra pensar na vida, ou só ficar de bobeira.
Aliás, dá pra ver bobagens na TV, ou algum programa bom - se é que isso existe. Assistir filmes, coisas do tipo. Ler algum livro, revista, jornal, panfleto do mercadinho.
Ficar na internet, e escolher o que quer fazer nela. Falar com alguém que realmente te interesse, ouvir música, se informar (HAHAHA), ou ficar escrevendo porcarias.

b) ... ficar em casa é uma desgraça.
Você convive com as mesmas pessoas, no mesmo ambiente. Não conhece gente nova, nem passa por novas experiências. Vive num mundinho só seu, sem novidades.

Em vez de estar usando bem seu tempo, você o gasta pensando na vida.
Aliás, acaba tendo que assistir TV, por falta de opção. Vê filmes que já passaram mil vezes. Ou ainda lê algum livro velho, ou qualquer tranqueira que estiver à mão.

Fica na internet, fazendo as mesmas coisas de sempre. Falando com as mesmas pessoas, ouvindo as músicas de sempre, vendo futilidades... ou lendo porcarias que os outros escrevem.

c) Nenhuma das anteriores.



(OBS: O gabarito não será divulgado)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Mais do mesmo

Aproveitando a idéia do último post, tentarei falar dos "amigos", digamos, "não tão amigos assim" - ou alguma coisa parecida com isso.

Ah, os amigos de ocasião. Eles são um perigo. Ou pelo menos, parecem ser.
Você os conheceu por algum acaso. Eles mal entraram em sua vida e, quando você se deu conta, eles já haviam saído. Hoje, vocês não se falam. Aliás, pouco falaram enquanto conviveram. Mas, enfim, vocês se conheceram. Talvez você nem saiba direito quem eram estas pessoas, mas elas ainda estão ali, resistentes, povoando seu orkut e seu MSN. Aliás, por quê? Bem, na verdade, muita gente considera o número de "amigos" adicionados como uma espécie de status. Mas vamos relevar isso, por ora.

* Pra não gerar confusão e tornar o assunto mais "palpável", melhor fazer uma espécie de classificação, de tipos de amizade, se é que isso é possível. Tentaremos:
  • Os Bons amigos: auto-explicativo. Não adianta você se iludir e achar que está cercado de seres dessa espécie, afinal, eles são raríssimos e estão em extinção permanente. São aqueles que você sabe que você manterá contato por um bom tempo. Pessoas que estão em outros níveis de amizade costumam se disfarçar de bons amigos, e você tende a acreditar nelas. Portanto, tome cuidado.
  • Amigos: aqui entrariam aqueles que já estiveram muito presentes em sua vida, mas o seu caminho e os deles foram diferentes. Achei muito injusto não usar a palavra amigos, já que possuo alguns exemplares muito valiosos dessa espécie - apesar de já não saber se essa consideração toda ainda vale para os dois lados. Se você esbarrar com um desse na rua, você tende a ficar feliz no momento. O contato geralmente acontece por meios extramemente profundos, complexos e sentimentais, como através de recados no orkut - de preferência, enviados de 12 em 12 meses. Existem amigos que estão no nosso convívio diário, mas estes podem ser muito confundidos com os colegas.
  • Colegas: sei lá, foi o nome que deu pra usar. Seria mais legal ter usado "amiguinhos", mas isso seria, hãrm... estranho. Para aquelas pessoas que você convive/conviveu e tudo mais, porém, não conhece profundamente, ao ponto da criatura ser elevada de categoria. Você a respeita, existe uma consideração e tal. Alguns possuem grande valor. Pode até ter que haver um esforço, mas sai uma conversa legal se largar você e a pessoa juntos.
  • Conhecidos: você pode conviver com eles, mas nunca teve uma conversa considerável com tais seres, o que os deixou estagnados nessa categoria. Os conhecidos estão por toda a parte. Eles se dividem em dois tipos principais: os que te levam em conta e os que não te levam em conta. Curiosamente, o segundo tipo costuma ser bem mais numeroso.

É comum que uma pessoa que se enquadre na categoria de "Conhecido Tipo 2" sempre esteja por perto, quando você menos espera, e mesmo que você não queira. Lugares como terminais de ônibus, barzinhos, shows, supermercados e banheiros de shopping são seus habitats naturais, e é comum avistá-los nesses ambientes. Se vocês se olharem, são duas possibilidades: ambos se ignorarem e passarem reto, ou acontecer um inevitável papo - forçado e horrível. Nada bom... porém, apesar de serem inconvenientes, fofoqueiros e demoníacos, estes indivíduos não são os maiores causadores de estrago, apesar de parecerem.

As pessoas que consideramos de maior valor são as que nos fazem perder a cabeça de verdade. Já que as damos tanta moral, quando elas fazem algo que nos afeta negativamente, o negócio pega forte. É ruim de verdade. E o duro é quando elas não se tocam disso. E isso acontece bastante, aos borbotões, muito mesmo, demais a lot. Imagine que o cara tido como amigão pode mudar de uma hora pra outra, e criar uma nova categoria - algo como a "Categoria dos Amigos que se Comportam como um Conhecido do Tipo 2". Você já teve alguns "amigos" que entraram nessa categoria, mesmo que você nem tenha percebido.

Tá, e daí, pra que lado atirar quando acontecerem essas coisas? Simples: recorra aos seus bons amigos, aqueles mesmos do post anterior. Aqueles que não correm o risco de mudar. Ou que, pelo menos, você acha que não. Há!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Meus bons amigos...




(Barão Vermelho - Meus Bons Amigos)

Meus bons amigos, onde estão?
Notícias de todos quero saber
Cada um fez sua vida
De forma diferente
Às vezes me pergunto
Malditos ou inocentes?



Boa música. Eles tem melhores, mas essa remete ao assunto desse post.

Eu tenho orgulho de ter poucos e bons amigos. Daqueles que nós não fazemos, mas sim reconhecemos, como disse Vinícius. Amigos pra se falar de tudo, e, quando não tem mais assunto, de nada também. E como é bom falar sobre nada.

Li esses dias um pensamento interessante. Dizia que, quando estamos falando com nossos amigos, nossas palavras fluem naturalmente, ao contrário de conversas entre estranhos, onde elas se sentem ameaçadas e indefesas. Tá, o pensamento não era bem esse, mas dizia a mesma coisa.

Meu pai sempre disse que amigos mesmo, nós só temos em família. Fora dela, apenas colegas.
Eu não acho. Não nego que tenho vários colegas, amigos de ocasião. E não vou negar também que estes são a maioria. E, talvez, boa parte das pessoas nesse mundo não conheça uma amizade de verdade. Mas eu, pelo menos nesse quesito, tive sorte. Eu sei muito bem onde estão meus bons amigos.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Suicídio involuntário nº 001: "Scarface"

Sim, ele tentou me matarEle está entre nós! Não, não o gilete. Falo do suicídio involuntário, que ontem mesmo me atacou mais uma vez.

Era uma noite normal. O céu estava escuro, a lua estava lá, e podia se ouvir uma TV ligada passando alguma novela. Mas isso é irrelevante. Acontece que eu estava me barbeando, até o momento em que passei a lâmina na cara e senti algo estranho. Não sei, era uma espécie de calafrio. Nesse momento, olhei para a parede e vi um rastro de cor vemelho-escura, bem na altura do meu rosto. Estranhei.

Nisso, comecei a sentir um cheiro. Cheiro de ferro, de açougue, de corredor polonês - cheiro de sangue. Pronto, agora eu já sabia: o pior tinha acontecido. Já podia se ouvir o bater de asas dos urubus, que chegavam famintos. Vários tubarões também se aproximavam, atraídos pelo cheiro de carne fresca e barata. Rapidamente, limpei o machucado, fiz um curativo, e espantei todos os bichos de volta para suas casas. E tudo culpa da lâmina defeituosa.

O plastiquinho que tem em cima para proteger quebrou, e eu nem vi. Acabou que eu passei esse serrote aí da foto de cima direto na cara. Felizmente ou não, sobrevivi. Daqui pra frente, só uso o barbeador desse anúncio turco aí de baixo, muito legal, por sinal. Sucesso na certa, e sem riscos.



Esse foi o primeiro relato de um pseudo-suicídio involuntário feito no blog, eu acho.
Fatalmente, novos registros virão. Ou não.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Livre

Liberdade. Todo mundo fala disso. Então, todo mundo sabe o que é? Acho que não. Por mais que seja um conceito extremamente batido, nenhum ser-humano vivendo em sociedade, ainda mais na nossa sociedade, é livre. Pelo menos não no meu conceito de liberdade.

Você já se imaginou acordando todos os dias e pensando: "Ah, que bom, hoje eu vou fazer só e somente só o que eu quiser!" Duvido! Alguns dias da semana, ou do fim de semana, tudo bem. Agora, não dá pra levar a vida assim com tanto trabalho, casamento, religião, etc.

Liberdade pra mim é isso.

Não essa liberdade condicionada vendida por aí. "Hoje eu to livre até as 5 galera, vamos arranjar alguma coisa pra fazer". Isso é você mostrando a corrente do tempo segurando seus pés. Ninguém é livre de verdade. Quase ninguém.

Vi um filme algum tempo atrás, chamado 'Into the Wild' ('Na Natureza Selvagem', para nós, tupiniquins). Nele, o cara larga toda a grana e a carreira que estava prestes a seguir e foge. Vai viver isolado do mundo. Uma história real. Longe da sociedade, qualquer conceito de liberdade faz sentido.



(Eddie Vedder - Society)

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Esperar é...

Esperar é uma tortura.

Porque sabemos que a novidade é o que nos faz feliz. Já a expectativa, bem, essa odeia os seres humanos.

Algo bom que já esperávamos que acontecesse, quando acontece, tá... é bom, legalzinho, uhul e yeah yeah.
Mas o que acontece de bom, sem que esperássemos, é maravilhoso, formidável, fodão e oh my god.

Como aquele dia que você nem queria sair, e saiu. Se divertiu um monte e ainda conheceu uma pessoa que você passou a ter como perfeita.
Ou o dia que você ficou em casa, de idiota, acabou passeando em orkuts de estranhos e conheceu gente nova, que entrou em sua vida de uma maneira que você sequer imaginava.



Esperar, planejar, pensar... isso tudo é muito chato e dispensável.Não sei por que temos esses hábitos.

Por regra, na vida de uma "pessoa normal", os planos se desplanejam, a expectativa é traiçoeira, e idéias mudam a toda hora.

Mas de que adianta saber isso?
Insistimos.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Sem querer

Pois é. Tudo é involuntário.
O despertador toca. Você levanta, sem querer. O pior é que foi você mesmo quem programou o despertador - mas não que isso tenha sido por sua vontade.
E veja só, agora você já está no ônibus, acompanhado de uma quantidade razoável de pessoas estranhas, com suas atitudes e odores estranhos.
Porém, você faz não a menor questão de estar ali - ou você passa dias e dias sonhando com o momento de estar em um ônibus? "Ah, os ônibus".
Pois bem, você já está em seu trabalho, ou sala de aula, depende de sua rotina. Você é obrigado aturar seu chefe e seus estúpidos colegas de trabalho para poder ganhar seu dinheiro, e sobreviver. Caso você esteja em aula, só lhe resta estudar e fazer uma caravana de provas e atividades que, no fim das contas, não provam nada, apenas para poder concluir seu curso e fazer valer seu dinheiro.
Tudo isso acontece e, na verdade, você preferia estar em casa dormindo.

Aliás, isso tudo leva a pensar que dormir é o prazer supremo.
Quando a maior das cagadas está rolando, sempre tem alguém que pensa ou diz: "eu poderia estar dormindo".


Pois bem. Se é assim, por que acordamos?
Não acordamos por querer. Ou ouvimos algum barulho, ou algum infeliz nos sacode aos berros, ou o corpo diz que está com fome, ou a natureza chama - ou estamos com a energia recuperada, e nosso organismo diz: "acho que, por hora, deu. Vai lá, vá viver um pouquinho".
Pois bem, novamente. E o que nos faz acordar e querer viver?
Elas, as coisas involuntárias! O desejo por encontrar desafios, amigos, amores e afins. É por aí.
Seguimos instintos inexplicáveis. Ou você, antes de conhecer alguém, já planejava se apaixonar? Ou, mesmo antes de saber o que era um carro, já pretendia ser um grande piloto? Impossível.
Tenso.

E, pô, por que tem gente que se dá ao trabalho de ler tudo isso?
Ninguém sabe, no fim das contas.
Provavelmente, na verdade, você preferia estar dormindo.