quarta-feira, 8 de julho de 2009

Saudosismo



É lugar-comum. Seja nos seus avós falando que nos tempos deles o mundo era um lugar melhor de se viver, seja nos seus irmãos dizendo que na época deles os desenhos eram muito melhores, seja nos seus pais afirmando que a juventude deles era muito mais ativa que a sua. O culto ao passado é uma das marcas da mente humana. Se for ver bem, nós mesmos, em relação a nossa própria vida, costumamos acreditar que o que já passou foi melhor, e o agora é ruim e chato(Claro, se você acabou de ganhar na mega-sena o agora é ótimo, mas eu estou me baseando em termos gerais. Não me encha o saco).

"Criei" uma teoria meio óbvia sobre o assunto dias modorrentos atrás. O que lembramos com tanto carinho do nosso passado ou do passado do mundo são fatos selecionados, escolhidos a dedo para fazerem parte da memória. Obviamente os fatos ruins também existiram e estão na consciência, mas parece que nós temos uma pré-disposição em escondê-los, seja do mundo, seja de nós mesmos. Como o passado é bem mais claro do que o presente, é fácil separar as coisas boas das ruins. No agora, isso é impossível. Estamos dentro do furacão, é preciso uma visão de fora, futura.

O passado foi tão bom ou ruim quanto o presente. O que nós fazemos é reciclar tudo e acreditar que vivíamos em um mundo melhor, um mundo em que as coisas funcionavam. E pior, fazemos os outros acreditarem nisso.

Assim fica fácil. Dessa forma qualquer época que já passou vai ser melhor. Exaltamos os melhores momentos e escondemos as falhas, e só nos resta - ou resta aos que ajudaram a construir esse mundo com as falhas e acertos do passado - dizer "..que o mundo está perdido". O mundo não está perdido, está apenas "acontecendo", como já aconteceu antes. O presente, o mundo real, acontece, de forma boa e ruim, não uma coisa ou outra. Mas isso parece não fazer sentido para quem vê as glórias do passado e enche os olhos de lágrimas de saudosismo.

Ps: Dragon ball era melhor que qualquer desenho de hoje.


quinta-feira, 2 de julho de 2009

Error


Quantas vezes você já se preparou pra alguma coisa, e, no fim, deu tudo errado?

Pois é, você eu não sei, mas o tamanho da minha lista de momentos failure me faz pensar que isso é algo normal e involuntário.

Um exemplo razoável pra esse tipo de situação é o da coitada da notícia aí de baixo.



A italiana Flavia Zoccari passou por uma situação constragedora durante os Jogos do Mediterrâneo, em Pescara, na Itália. Quando estava prestes a subir no bloco para disputar os 200m livre, seu maiô rasgou em um lugar muito indiscreto. A atleta olímpica acabou desistindo da prova e saiu da piscina chorando. Zoccari usava o polêmico maiô Jaked, modelo liberado pela Federação Internacional recentemente.




- A desgraça era inevitável. Não foi por culpa dela, nem de outra pessoa: foi o maiô que rasgou!

Hoje, somos diariamente treinados para não falhar... mas não adianta.
Estamos sempre sujeitos aos momentos failure. Seja por culpa nossa, por culpa dos outros, ou por culpa do maiô que rasgou. Apesar de eu ter convicção de que jamais usarei um.


Pra terminar, mais uma dos caras: The Clash. Conjunto britânico, ali do começo dos anos 80, final de 70. A música é
Rudie Can't Fail, uma das mais legais e pegajosas da banda. Por coincidência, alguém fez esse videozinho com várias situações de failure, o que também encaixa com o tema do post.

Pagando de punk


Mesmo quando você ainda era um projeto de pessoa, já tinha gente te perguntando o que você ia fazer da vida quando crescer.
Acho que sempre tive tendência a pensar em profissões bizarras e sem grandes expectativas. Meu plano, ainda das épocas de sub-10, era ser detetive. Não que hoje, fazendo faculdade de jornalismo, as coisas se mostrem muito diferentes.

Pô, na época de criança, você mal começou a fazer sua história. Sabe-se lá o que vai acontecer no decorrer dos parágrafos, que rumos as coisas vão tomar. Metaforizando, como dá pra se pensar em um título, ou em um desfecho, antes mesmo de se achar um tema para escrever a redação?

Ter planos e sonhos é (ou parece ser) algo comum, todo mundo tem os seus.

Tem quem queira traçar o mapa de sua vida desde jovem. "Vou ter aquele carro, aquele emprego". Alguns vão mais longe, planejando inclusive quem será a pessoa com quem vai se casar, aonde vai morar, os lugares que vai conhecer, onde será enterrado.
E aí cai na questão de se achar um final pra história, antes mesmo se saber o que nela está escrito. Isso não parece certo. É estranho, traz problemas. Não dá pra achar que o trajeto já está feito, e no final tudo dará certo, como você planejou... tudo está sujeito a dar errado.

Vejo que essa criação de sonhos é uma saída para as pessoas. Eles eximem nossas vidas de grandes preocupações, nos permitem ser inconsequentes, ser mais felizes. Ficamos animados só de imaginar a hora em que aquilo no que pensamos vai acontecer.



- Você pensa demais na vida? Você tem momentos de reflexão? Você se preocupa com as coisas que acontecem ao seu redor? Chega disso! Seja uma pessoa do século XXI. Crie seus sonhos agora mesmo, se iluda, esteja alheio ao mundo e seja mais feliz.

É simples:
Escolha uns objetivos bem legais.
Ponha na sua cabeça que você vai conquistá-los, não importa o que aconteça. Eles são o que importa de verdade, e o que estiver à sua volta é descartável - inclusive outras pessoas, a não ser que essas lhe sejam úteis. Agora vá, viva!


Tem essa opção de criar seus sonhos. Também tem uma outra, bem mais chata, em que você percebe vários pontos da vida com os quais você não concorda, e passa a questioná-los.
Maldita vida de escolhas.

Essa é a arte de se enganar. Algo que nós, seres humanos, fazemos com maestria.