segunda-feira, 21 de novembro de 2011

mar e paz

Tinha um sonho. Depois de muito tempo olhando pra dentro viu que o mundo lá fora estava esperando. Aquele sonho, que era pequeno e gigante ao mesmo tempo, aos poucos tomava conta de tudo. Se embrenhava em cada conversa com os amigos, tomava forma em cada imagem que via. Era um bom sonho.

Desses que a gente não precisa acordar pra saber que existiu. E por ter com o que sonhar, caminhava. O caminho agora tinha um fim, afinal. E o mais incrível: quando o fim inevitavelmente chegasse, seria o começo do que seja que ele esperasse. No futuro via apenas o mar e mais nada. O mar e a paz. Aquela paz que precisava para fazer o que quisesse. E para descobrir o que queria.

Os dias, agora, pareciam ter mais vida. Uma vida que via de uma forma diferente, agora que tinha um sonho. Vida nova. As segundas-feiras ainda eram cinzas, mas faziam parte do caminho. E ele adorava o caminho. O sonho que tinha não serviria de nada sem a estrada que o levasse. Por isso ria até quando tropeçava. E tropeçava bastante.

Olhava menos para o relógio, se preocupava menos com os erros, esforçava-se mais quando tinha forças. Sabia que cada detalhe o levaria até lá. E lá era mais importante do que qualquer coisa. Era maior que qualquer destino, qualquer garantia. Tinha um mundo todo para sonhar. E nem precisava dele todo - só um pedaço bastaria.