sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

If you know what I mean...

Há exatamente uma semana (considerando que comecei a escrever isto na noite de sexta, 04/12), eu estava em um local estranhamente acolhedor.

O céu estava carregado, e eu, junto de um multidão de desconhecidos, aguardava para ver e ouvir o trabalho de cinco senhores. Eles já fazem isso há quase 40 anos. Na verdade, houveram também outros senhores na história deste grupo, mas que ficaram pelo caminho, Estes, porém, foram substituídos à altura. Mas, como crítico amador, aprovo o resultado final do trabalho de todos.

É uma banda que, até o começo do ano, eu sempre ouvia falar, e já conhecia um pouco. Foi então que comecei a ir atrás de verdade da obra. O resultado é que, desde março, são deles praticamente todas as músicas que entraram em minha playlist.

Dizem que o som dos caras é repetitivo, cru, bruto e sem letras de respeito. Depois de ouvir a discografia inteira, concluí que, se isso é verdade, não importa. Talvez seja até o que faz o negócio funcionar tão bem durante todos estes anos.

Assim que o show foi anunciado, no final de setembro, não acreditei muito. Era "chance única" vê-los ao vivo, já que os caras estão quase chegando "lá". Assim como já não posso ver Doors ao vivo, achei que não poderia ficar sem mais essa também.
Luta por ingressos na internet, passagens de avião compradas, rotina modificada, faltas no trabalho aonde eu havia começado pouco tempo antes. Era por um bem maior.

Não fiquei nervoso em minha primeira viagem de avião. Não me preocupei muito em ser assaltado nas ruas de São Paulo, como fiquei na minha outra ida àquela cidade. Não lamentei os gastos da viagem, consideravelmente altos para um estudante universitário falido. Na minha cabeça, só havia espaço para aquelas letras clássicas, além das novas, mas ainda sim tratadas como repetitivas. Eu chamaria de empolgantes.

O show, no Morumbi, teve 19 músicas, e mais ou menos 2 horas de duração. Pouco. Fiquei longe do palco. Ruim. Mas foi épico, inesquecível. Faria de novo, quantas vezes pudesse.

Só para passar um pouco da história que conheço do tal do AC/DC. Os irmãos Malcolm e Angus Young, guitarristas, são os intocáveis. Começou tudo com eles. Formaram, no começo dos anos 70, uma banda rock que devido, às tendências da época, era glamrocker (aquela coisa de que era tudo meio baitola, cheio de brilhos e roupas coloridas). Até que o primeiro vocalista saiu da banda, e o motorista dos caras, Bon Scott, que também era músico, virou o cantor. A partir daí, estabilizou como hard rock sem frescuras, e decolou. A voz fina de bêbado trambiqueiro realmente caía como luva no som dos irmãos Young. O cara sabia cantar, e berrar quando fosse preciso. A primeira formação "firme" tinha Bon, Angus, Malcolm, Cliff Williams (baixista competente e discreto) e Phil Rudd (baterista de mesma linha).
No início de 1980, Bon Scott morreu - diz-se que afogado no próprio vômito. Uma perda irreparável. Mas, então, Brian Johnson assumiu o microfone. A banda não precisou se reinventar, e continuou. Já fazem 29 anos que a formação é esta, e os caras então aí, de pé.

Acho que esse é o grande ponto. Convicção em fazer o que gostam, empolgar apenas ao botar pra fora o que sabem.

Como é possível fazer algo tão igual por tanto tempo, e conquistar mais fãs a cada dia que passa? Ou, com 60 anos nas costas, ficar correndo como uma criança no palco durante o show, e levantando uma multidão consigo? Há quase 40 anos?

Minha vontade era de fazer aqui uma relação do que considero de melhor das músicas desta banda. Posso até fazer isso mais tarde, se interessar... mas, por ora, acho que este vídeo mostra um pouco dos fatos. A mais pura high voltage. Aliás, esta também é boa...




Escolhi esse vídeo porque a performance é convincente, e porque esta música, apesar de batida, no show ao vivo, foi algo descomunal.


3 comentários:

Zeca Monteiro disse...

Milhares de pessoas morreriam de inveja se lessem esse post. hahaha

Muito musical esse blog. Gosto muido disso. =)

Bruno disse...

"O Luis, ja ouviu aquela "TIII EEEN TIIII"?
huauhahuauhauhaa
Inveja mesmo. Mas eu já disse, me diverti mais no show do Rappa, mesmo não estando no dos idosos pra saber exatamente. Mas isso é assunto pra outra hora.

Ta musical demais mesmo, as vezes eu tenho coisa de musica pra escrever e acabo me policiando, tentando achar outros assuntos. Mas i'ts only Rock 'n' Roll

Unknown disse...

Essa música do vídeo me lembra os bons e velhos tempos de Tony Hawk. Ok, fugi do foco pra caralho.