Alguém que não é militante de partido X-left ou Y-right está satisfeito com as opções de voto para a eleição presidencial de 2010?
Se no primeiro turno ainda existia a possibilidade de arriscar um tiro no escuro em nome de uma terceira via, agora resta apenas a árdua batalha de cada pessoa com sua mente. É o ato de decidir entre o menos pior, aquele que combina um pouco mais com seus pontos de vista - mesmo que ainda de longe.
Anular é uma opção tão válida quanto escolher algum dos nomes disponíveis. Infelizmente, a tradicional lenda urbana de que seria possível suspender a eleição se os votos nulos chegassem a uma grande quantidade é, efetivamente, uma lenda urbana. Claro, existe o argumento de que o grande número de votos nulos vão servir como respaldo para mostrar que há muita gente insatisfeita com o que há por aí. No entanto, em efeitos práticos, a coisa se complica...
O país já se mobilizou para tirar um presidente do poder, e conseguiu. Anos depois, o povo reelege o cara - Collor foi eleito senador, em Alagoas. Aqui no Paraná, foi deflagrado um esquema absurdo na Assembleia Legislativa. Nosso dinheiro e nossa fé das urnas foi para as mãos de funcionários fantasmas. A população foi às ruas, com uma indignação com prazo de validade. Correram as eleições, e os votos garantiram a permanência de gente que teve envolvimento direto nas maracutarias. E aí?
Arrisco dizer que a guerra diária de nosso povo é o que pauta o continuismo e o comodismo. Vivemos em correria, pelo sustento, pelo estudo, pelo que vier. A revolta só tem tempo para despontar diante das manchetes dos telejornais. E esta costuma morrer antes mesmo do tema de abertura da novela.
Mais fácil um dálmata andar de bicicleta do que a situação política mudar neste país.
(Eu avisei...)
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