sexta-feira, 23 de abril de 2010

Vida espremida



Nossa, faz tempo que eu não escrevo só por querer escrever. Ultimamente é só matéria, trabalho, reportagem, matéria. A primeira coisa que eu pensei quando abri a caixa de postagem foi na forma como eu faria o lide. Essa vida de repórter cansa.

E repórter fake ainda, do jornal da faculdade. Pior é não ter tempo pra trabalhar e ganhar dinheiro. Não, pior é saber que, embora a pressão seja grande, vários amigos têm sofrido um stress maior, com trabalho, relacionamento, família. Pior mesmo é se perguntar se isso tudo vale a pena.

A questão não é um dia ruim, ou uma fase qualquer, que logo passa. O problema é ter uma vida inteira de responsabilidades. Nos meus poucos quase vinte anos nesse planeta, deu pra perceber que apenas vez ou outra as situações significam alguma coisa. Na maioria dos casos nada faz sentido. O objetivo se torna esperar por essas oportunidades de se ver o lado bom do mundo.

Elas, as oportunidades, sempre aparecem, pra todo mundo. Mas as vezes se tornam raras demais, ou mesmo invisíveis para olhos tão cansados. É daí que vem o stress que a pressão faz. O engraçado é que situações boas ocorrem quando você sai e dá risada com os amigos, ou algo assim. Mas ninguém mais tem tempo de fazer coisas boas com frequência. Ou seja, você não tem tempo de sair com os amigos porque trabalha e estuda demais, mas quanto mais se mata com suas obrigações, mais precisa das partes boas da vida, que se tornam mais raras ainda.

Tem uma música do Aerosmith que diz algo como "Don't piss heaven off/we got hell to pay/ come full circle" (Não encha o saco do céu, nós temos o inferno pra pagar. O ciclo se completa). É bom pensar que, quando as coisas vão mal, tem uma recompensa no final, umas férias pra alma. Tem tanta gente mais sofrida que a gente, não custa lutar por um momento bom, no fim.

Talvez, e só talvez, exista uma finalidade para se viver sob pressão. Esse cara do vídeo aí embaixo, por exemplo. Nem consigo imaginar como é viver sob tanta pressão como alguém como Freddy Mercury viveu. Mas ele controlava multidões com a voz. Não valeria a pena lutar tanto se no fim você é lembrado como alguém assim?




Talvez viver sob pressão seja o preço a se pagar para ser foda.

2 comentários:

Zeca Monteiro disse...

hahahaha fodão!

Rodrigo disse...

Queria escrever de novo algum dia, mas quando bate a inspiração, já são 00h30 e preciso montar uma apresentação de trabalho - e ainda criar uma matéria aonde a pauta é de doer os 5 rins.