quinta-feira, 2 de julho de 2009

Pagando de punk


Mesmo quando você ainda era um projeto de pessoa, já tinha gente te perguntando o que você ia fazer da vida quando crescer.
Acho que sempre tive tendência a pensar em profissões bizarras e sem grandes expectativas. Meu plano, ainda das épocas de sub-10, era ser detetive. Não que hoje, fazendo faculdade de jornalismo, as coisas se mostrem muito diferentes.

Pô, na época de criança, você mal começou a fazer sua história. Sabe-se lá o que vai acontecer no decorrer dos parágrafos, que rumos as coisas vão tomar. Metaforizando, como dá pra se pensar em um título, ou em um desfecho, antes mesmo de se achar um tema para escrever a redação?

Ter planos e sonhos é (ou parece ser) algo comum, todo mundo tem os seus.

Tem quem queira traçar o mapa de sua vida desde jovem. "Vou ter aquele carro, aquele emprego". Alguns vão mais longe, planejando inclusive quem será a pessoa com quem vai se casar, aonde vai morar, os lugares que vai conhecer, onde será enterrado.
E aí cai na questão de se achar um final pra história, antes mesmo se saber o que nela está escrito. Isso não parece certo. É estranho, traz problemas. Não dá pra achar que o trajeto já está feito, e no final tudo dará certo, como você planejou... tudo está sujeito a dar errado.

Vejo que essa criação de sonhos é uma saída para as pessoas. Eles eximem nossas vidas de grandes preocupações, nos permitem ser inconsequentes, ser mais felizes. Ficamos animados só de imaginar a hora em que aquilo no que pensamos vai acontecer.



- Você pensa demais na vida? Você tem momentos de reflexão? Você se preocupa com as coisas que acontecem ao seu redor? Chega disso! Seja uma pessoa do século XXI. Crie seus sonhos agora mesmo, se iluda, esteja alheio ao mundo e seja mais feliz.

É simples:
Escolha uns objetivos bem legais.
Ponha na sua cabeça que você vai conquistá-los, não importa o que aconteça. Eles são o que importa de verdade, e o que estiver à sua volta é descartável - inclusive outras pessoas, a não ser que essas lhe sejam úteis. Agora vá, viva!


Tem essa opção de criar seus sonhos. Também tem uma outra, bem mais chata, em que você percebe vários pontos da vida com os quais você não concorda, e passa a questioná-los.
Maldita vida de escolhas.

Essa é a arte de se enganar. Algo que nós, seres humanos, fazemos com maestria.


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