sábado, 3 de abril de 2010

Ninguém mais precisa saber



Uma noite qualquer a insônia bate. Ele precisa acordar cedo amanhã, ja são duas horas da matina e nada de sono. As músicas do mp3 já começam a ficar repetitivas. Levanta, liga a luz e senta na cama. A luz incomoda os olhos, mas logo passa.
Ele abre a gaveta. Vai remexendo em antigas lembranças sem saber exatamente por quê. Encontra-se com histórias engraçadas, dias bons, dias ruins, músicas. Naquela gaveta estão guardadas várias memórias, em várias formas. Lá no fundo ele acha uma carta, já envelhecida, o papel amarelado, dobrado, amassado. Ele sabe muito bem quem escreveu.
Desdobra as duas folhas aos poucos. A data, no alto da primeira delas, o lembra que já faz quase um ano. Quer dizer, menos do que isso. Quando ela escreveu aquela carta eles ainda estavam bem. Ela ainda o chamava de amor naquelas linhas bem desenhadas, com letras sutis e bem feitas. Quem diria que 2 semanas depois tudo acabaria daquela forma.
Enquanto ele vai lendo aquilo tudo, pela nonagésima quarta vez, começa a lembrar dos momentos. Como sempre, são os maus momentos que dominam os pensamentos. As brigas, os motivos sem sentido que fizeram tudo terminar, nada de novo. Os 10 meses de pura paixão que eles passaram juntos se tornam pequenos. De inesquecíveis se tornaram ilembráveis. Ele sempre lembra da parte ruim, sem saber por que razão. Guarda a carta, desliga a luz e tenta dormir. É difícil, mas algum tempo depois ele consegue. Do outro lado da cidade, uma luz acende em um quarto qualquer.

No dia seguinte, ele acorda atrasado, como era de se esperar. Sai correndo de casa, entra no carro e acelera. Quando liga o rádio, a primeira música que toca é a música deles.



2 comentários:

Zeca Monteiro disse...

Ah o amor...

Pah disse...

O amor não tem explicação, mas nesse caso nada que uma boa fogueira não resolva!