quarta-feira, 1 de abril de 2009

Sem querer

Pois é. Tudo é involuntário.
O despertador toca. Você levanta, sem querer. O pior é que foi você mesmo quem programou o despertador - mas não que isso tenha sido por sua vontade.
E veja só, agora você já está no ônibus, acompanhado de uma quantidade razoável de pessoas estranhas, com suas atitudes e odores estranhos.
Porém, você faz não a menor questão de estar ali - ou você passa dias e dias sonhando com o momento de estar em um ônibus? "Ah, os ônibus".
Pois bem, você já está em seu trabalho, ou sala de aula, depende de sua rotina. Você é obrigado aturar seu chefe e seus estúpidos colegas de trabalho para poder ganhar seu dinheiro, e sobreviver. Caso você esteja em aula, só lhe resta estudar e fazer uma caravana de provas e atividades que, no fim das contas, não provam nada, apenas para poder concluir seu curso e fazer valer seu dinheiro.
Tudo isso acontece e, na verdade, você preferia estar em casa dormindo.

Aliás, isso tudo leva a pensar que dormir é o prazer supremo.
Quando a maior das cagadas está rolando, sempre tem alguém que pensa ou diz: "eu poderia estar dormindo".


Pois bem. Se é assim, por que acordamos?
Não acordamos por querer. Ou ouvimos algum barulho, ou algum infeliz nos sacode aos berros, ou o corpo diz que está com fome, ou a natureza chama - ou estamos com a energia recuperada, e nosso organismo diz: "acho que, por hora, deu. Vai lá, vá viver um pouquinho".
Pois bem, novamente. E o que nos faz acordar e querer viver?
Elas, as coisas involuntárias! O desejo por encontrar desafios, amigos, amores e afins. É por aí.
Seguimos instintos inexplicáveis. Ou você, antes de conhecer alguém, já planejava se apaixonar? Ou, mesmo antes de saber o que era um carro, já pretendia ser um grande piloto? Impossível.
Tenso.

E, pô, por que tem gente que se dá ao trabalho de ler tudo isso?
Ninguém sabe, no fim das contas.
Provavelmente, na verdade, você preferia estar dormindo.

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